O texto “Eu acredito em
coisas duráveis”, um dos primeiros que publiquei no blog “Oficina das Clássicas”,
teve boa repercussão. Foi curtido e compartilhado em redes sociais algumas
vezes. Uma ode à nostalgia dos bens duráveis e profundamente contra o
descartável, seja falando de bens materiais, seja falando de vidas.
Bom, infelizmente o
descartável e o efêmero estão aí: dominam bens, música, artes, estilos,
relacionamentos, fé... Contra o descartável, o durável. Mas o que é durável?
Parece estranho, mas essa confusão existe. O cara quer comprar um carro, e vai
se informar se o carro é bom mesmo. Ele vai quebrar logo? Ele vai dar muita
manutenção?? Ali está a pergunta: esse troço é durável? Um cliente queria
comprar uma bicicleta norte americana dos anos 90 e antes de fechar negócio me
mandou fotos da bike e a questão: ela é boa mesmo? Ela vai durar?
Obvio que tudo tem um fim!
Seu carro, sua casa, sua bicicleta, seu rádio, sua vida. Tudo tem um tempo
determinado e um dia vai acabar. Fato! Um amigo restaurou uma bicicleta sueca em
um concorrente meu. Ficou linda! Dois anos depois ela quebrou no meio!! Ora,
estamos falando de uma bicicleta antiga, boa e durável. Mas... o dia dela
chegou. Foi desmontada e suas peças foram dar um fôlego a outras semelhantes.
Aquela bicicleta chegou ao final de sua durável vida.
Mas outras não quebram no
meio e seguem a vida. O durável é também relativo. Algumas bicicletas duram mais
que outras, carros duram mais que outros. Por quê? O durável depende de um
fator: CUIDADO! Tem aquele ditado: “quem ama cuida”. Faz todo sentido nisso que
estamos falando. Minha família teve uma Palio Weekend. Em si não é uma super
máquina, e sabemos que é um carro popular cujo tempo de vida útil não é lá
gigantesco. Até dar os primeiros “probleminhas chatos” lá se foram 170 mil km e
11 anos. Muitas semelhantes à ela estavam muito deterioradas com 5 ou 6 anos de
uso. A nossa durou mais... foi bem cuidada!
O cuidado demanda mais duas
coisas: tempo e investimento. Experimente deixar sua planta sem água alguns
dias a mais... Experimente não trocar a correia dentada do motor a cada 50 mil
km... Experimente não sanar aquele “tec-tec” na bike... Experimente não dedicar
tempo ao relacionamento... Há coisas
mais duráveis que outras, há coisas mais bem construídas que outras, mas sem o
devido cuidado... tchau! Eu acredito em coisas duráveis e também acredito que é
preciso cuidar de tudo, senão o durável vira efêmero e passageiro rapidinho.
Como você tem cuidado de suas coisas? De seus relacionamentos? De sua saúde?
Fica a reflexão.